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O gosto social por desenho animado

Tema: O gosto social por desenho animado

Veículo: Diário da Manhã

Número: 11.096

Página: 19

Caderno: Opinião Pública

Data: 05/02/2018

O gosto social por desenho animado 

Em novembro deste ano, o ratinho mais famoso do mundo, Mickey Mouse, personagem símbolo da Disney, maior complexo de entretenimento do mundo, completará 90 anos. Sua primeira aparição se deu em 18 de novembro de 1928 e, de lá para cá, ele ajudou a mudar o mundo e, principalmente, as pessoas. 

No século passado, o desenho animado era um produto destinado ao público infantil. Nos anos 1970 e 1980, com a massificação da televisão no Brasil, as manhãs eram destinadas ao desfile dos desenhos animados nas TVs, com um batalhão de telespectadores mirins com olhos grudados nas telinhas. Esse batalhão cresceu, mas não perdeu o interesse por desenhos animados. A partir da década de 1980, a indústria do entretenimento experimentava a produção de desenhos animados voltados para várias faixas etárias, aproveitando o crescimento de seu público. Os longa metragens de animação ganham subtextos, com exploração de conteúdo voltado também para um público não infantil. A geração X, formada pelos nascidos entre 1960 e 1980, torna-se a geração que leva o gosto do desenho animado para a fase adulta.

Essa geração e as seguintes não se desprendem dos universos ficcionais, gerando recordes de vendas e público para produções fantasiosas, ainda que não somente de animação. Da saga Harry Potter às trilogias de O Senhor dos Anéis, o público já adulto consome a produção da indústria de animação, incluindo aí o que é tipificado para esse público, como as séries Family Guy, South Park e Os Simpsons. Novos lançamentos estão engatilhados, observando o crescente público adulto que demanda tais produções.

Esse público, além de um gosto por personagens de desenho animado e por ficção, legado muito bem recebido pelas gerações Y e Z, vê as novas gerações mesclarem esse interesse com games, histórias em quadrinho e, claro, tecnologia. No mundo inteiro, aumentam os eventos voltados para essa mescla, a exemplo da Comic Con, maior evento mundial do segmento, que se vincula também à atividade de Cosplay - simplificação da expressão costume play, uso de fantasias para representar personagens.

Desse gosto, surgem os nerds e os geeks, em uma mistura de tecnologia, games, desenhos animados, séries e HQs, tudo levado a sério, intelectualizados. O número de estudos de alto nível - mestrado e doutorado - sobre esses temas cresce na mesma proporção dessa indústria, que é responsável por boa parcela da economia mundial. É a economia da criatividade, da inventividade, que não tem nada de ficção, muito pelo contrário.

De um e outro modo, a cultura contemporânea se forma na complexidade de seus atores. A sociedade, tão distinta nos nossos tempos modernos, vivencia o mundo em sua completude natural e de ideias, sem a pretensa distinção platônica. Até aqui, parece que Aristóteles vence seu mestre.

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