Inovação em mídias interativas

Cenário para a discussão internacional sobre inovação em mídias interativas, Buenos Aires recebe o SIIMI, goiano de nascimento, mas batizado como internacional desde a sua primeira edição, em 2012. Seguindo sua predestinação, o evento começa a correr o mundo, não com interesse de mudança, mas de novos ares, tendo um Bueno, Buenos Aires, como primeiro arfar fora do Brasil.

Recebido pela Universidad de Buenos Aires, o SIIMI - Simpósio Internacional de Inovação em Mídias Interativas  - já fez história em Goiás. Nascido do Media Lab / UFG, o já crescido evento acostumou-se a falar em várias línguas, a experimentar falas e a varrer a inventiva mente de cientistas e artistas, na busca incessante e produtiva de linguagens, produtos, processos e métodos de reinventar o novo, de inovar a tradição e, principalmente, de tornar a inovação uma tradição, ao reunir, multidisciplinarmente, cientistas da computação, comunicólogos, designers, artistas, letrados e letristas, na escrita digital do hipertexto, das novas narrativas que transpassam o contemporâneo.

O evento, com sotaque portenho, transforma os três dias - 7 a 9 de maio de 2019 - em instantes generosos e pulsantes de trocas, diálogos, contaminações, ignições e conectividade que conduzem a mutações, este último nominando a edição deste ano. E mutações revela a visada atenta da mescla do humano com seu tempo: as manipulações genéticas, sociais e digitais que viralizam em laboratórios, aplicativos e sociedades, causando uma reviravolta digna da nominação, ainda que aqui se queira em planos mais metafóricos.

Convidados da América Latina se juntam aos inscritos, igualmente latino-americanos, em uma primeira edição sem convidados europeus. Ainda assim, as vozes europeias e asiáticas se fazem ouvir, já que ecoam em textos e referências que abraçam o mundo, de um polo a outro, de um hemisfério ao seu complementar.  A completude do SIIMI se equipara a sua ousadia: transdisciplinar, provocativo, independente e, a partir de agora, com rodinhas nos pés.

Toda a história do SIIMI é contada nos Anais das edições anteriores, digitalmente disponíveis pelo site do Media Lab / UFG. E ainda que o digital não transpire as ideias que perambularam nas cinco edições já realizadas, certamente elas ainda inspiram os leitores que se lançam na empreitada da leitura. Derivações e desdobramentos podem ser conferidos também em livros, como em Ignições (Gráfica UFG / Media Lab, 2017), igualmente disponível pelo website do laboratório que faz história, mas que mais que isso, inventa o futuro.

Vida longa ao SIIMI, que bons ares o soprem, e também nas mentes que dialogam e criam novas sinapses: tecnológicas, inventivas, inovativas, mutantes.

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