Link Coluna 19-11 - Caminhando com Sirius

Caminhando com Sirius

Tema: Caminhando com Sirius

Veículo: Diário da Manhã

Número: 11.341

Página: 28

Caderno: Opinião Pública

Data: 19/11/2018

O novo ícone brasileiro da ciência e tecnologia chama-se Sirius, a mais moderna estrutura de pesquisa do país, instalada em um prédio de 15 metros de altura e 68 mil metros quadrados de área, localizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, SP. Trata-se de um conjunto de três aceleradores de elétrons que trabalhará com a luz síncrotron, de altíssimo fluxo e brilho. Ao custo de 1,8 bilhão de reais, a promessa é que o acelerador abra a porta do futuro e alavanque a pesquisa no Brasil, com o desenvolvimento de novos processos e produtos que catapultem a produção nacional, principalmente a tecnológica.

Os aceleradores permitirão revelar estruturas, em alta resolução, de materiais orgânicos e inorgânicos, como proteínas, vírus, rochas, plantas, ligas metálicas e outros, proporcionando avanços em saúde, inclusive no desenvolvimento de novos exames e medicamentos, em exploração de petróleo e gás, em bioquímica, em fontes energéticas, incluindo  combustível e baterias, em nanotecnologia, na agricultura, em resistência de materiais, dentre outros.

Tecnicamente, o ambiente de pesquisa poderá desenvolver baterias de longa duração - fala-se em baterias de duração de até 5 anos -, e um rol de novos equipamentos, baseados em desenvolvimento e transferência tecnológicas genuinamente brasileiras. As aceleradoras do Sirius são uma das primeiras fontes de luz síncrotron de 4ª geração do mundo e foi planejada para colocar o Brasil na liderança mundial de produção dessa luz. O laboratório tem característica multiusuário, possibilitando que diversos cientistas sejam beneficiados com o uso das instalações, o que significa dizer que o avanço da ciência brasileira ganha um aliado peso pesado.

Não há dúvidas de que a sociedade contemporânea é um modelo criado pela ciência, suportado pela tecnologia. Nossas práticas socioculturais são marcadas pela ampliação da expectativa de vida e pela mudança drástica de cultura, com reformulação de diversos setores produtivos, impactando empregos e modos de vida. O campo, tecnologizado, bate recordes de produtividade, enquanto as cidades buscam reinventar empregos, serviços e a própria noção de cidadania. Nesse modelo de sociedade, as nações que desenvolvem soluções científicas e tecnológicas ganham relevância mundial e proporcionam, aos seus cidadãos, uma melhor qualidade de vida.

A inauguração do Sirius, ocorrida em 14 de novembro de 2018, coloca o Brasil em um seleto grupo de nações com potencial desenvolvimento econômico e social, na exata medida em que cria condições de nossa ciência e nossa tecnologia dialogarem com países de alto desempenho social e econômico. Observando essa perspectiva, os 1,8 bilhão de reais ainda se mostram tacanhos para o desenvolvimento do estratégico escopo da ciência e da tecnologia, campo que, por si, é sinônimo de desenvolvimento humano, além de representar a própria noção de futuro. A partir de agora, Sirius nomeia a estrela mais brilhante do céu  e, também, a mais brilhante promessa brasileira.

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